Projeto Pró-Vôlei Ijuí: falta de apoio privado surpreende representantes da CBV e da Federação Gaúcha

O fortalecimento do projeto Pró-Vôlei Ijuí deve ser também um compromisso da iniciativa privada. Pelo menos esse é o entendimento de duas grandes autoridades da modalidade que estiveram conhecendo esse importante projeto social desenvolvido hoje, com apoio quase que exclusivo do Poder Público Municipal. O representante da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), o ex-treinador da seleção brasileira feminina e, atual diretor de Desenvolvimento do Voleibol Brasileiro, Marco Aurélio Motta, e o presidente da Federação Gaúcha de Volley-Ball, Carlos Cimino, participaram de coletiva de imprensa, juntamente com o coordenador do Projeto, Alex Lenz Stragliotto e com o secretário de Cultura, Desporto e Turismo, Sérgio Correa.
Criado há quatro anos, o Pró-Vôlei Ijuí é uma iniciativa bem-sucedida: atende 1.400 estudantes-atletas que no horário inverso ao escolar. Para as duas autoridades do voleibol, os resultados sociais dessa iniciativa são imensuráveis, pois, para cada centavo investido nesse tipo de proposta, com alcance social, são três ou quatro centavos que deixam de ser investidos mais adiante, porque a criança está adquirindo hábitos saudáveis de vida. “O projeto Pró-Vôlei é o maior projeto social é do Estado do Rio Grande do Sul, tanto em importância quanto em quantidade de crianças atendidas. E o significado não é só para a modalidade, mas o que representa isso socialmente”, observou o presidente da Federação, Carlos Cimino.
Segundo ele, num cenário como se vê hoje em dia de aumento da obesidade infantil, de problemas precoces de saúde, oriundos de uma série de causas, inclusive da drogadição, é importante perceber a atividade física e a prática esportiva são os comandantes de uma sociedade sadia.
Para o representante da Confederação Brasileira de Voleibol, o que mais chamou a atenção é que um projeto dessa envergadura social, ainda não tenha despertado a atenção da iniciativa privada, sensibilizando-a para ajudar a Administração Municipal a manter o projeto, com todo e qualquer tipo de apoio que possa dar. Segundo Marco Aurélio, esse projeto beneficia a toda a comunidade, já que acolhe meninos e meninas, que são filhos, tios, irmãos. “Esse é um projeto que tem uma abrangência muito grande para Ijuí. Lamento que a iniciativa privada ainda não esteja apoiando esse projeto. O projeto está nas costas da prefeitura”, criticou.
Na avaliação dele, é importante desenvolver estratégias que possam mobilizar empresas para contribuir com a iniciativa. “Pode ser uma farmácia, uma padaria, todos podem colaborar”, disse. Segundo Marco Aurélio, muitas vezes, critica-se o Poder Público pela falta de empenho, pela falta de vontade política de fazer, mas quando este faz, a iniciativa privada e a sociedade como um todo, o deixam sozinho como está ocorrendo com a prefeitura de Ijuí, no caso projeto Pró-Vôlei.
Esse momento, segundo ele, é de conhecer as propostas de trabalho que visam o desenvolvimento do voleibol e que estão sendo executadas no Brasil. Mas numa segunda etapa, certamente a Confederação dará apoio institucional, o que pode incluir algum assessoramento técnico, para captação de recursos por meio das diversas possibilidades de recursos disponíveis no Ministério dos Esportes. Aqui, segundo o presidente da Federação, Carlos Cimino, talvez esteja um dos principais desafios, pois, a liberação de recursos muitas vezes esbarra na falta de projetos bem redigidos. “É preciso ter quem saiba escrever projetos”, disse.
Para o secretário de Cultura, Desporto e Turismo, Sérgio Correa, as colocações feitas pelos representantes da CBV e da Federação Gaúcha de Vôlei, a partir da percepção da proposta e, principalmente, dos resultados obtidos por meio do projeto Pró-Vôlei, mostram a assertividade da Administração Municipal em investir nessa iniciativa liderada pelo ex-jogador da Seleção Gaúcha e da Seleção Brasileira de Voleibol, Alex Stragliotto. “Ijuí e região vão ter muitos frutos a colher. Vamos ter atletas reprisando a participação do Alex na Seleção Brasileira. Nós temos um biótipo de pessoas bastante apropriado para o desenvolvimento do vôlei”, disse. Nesse sentido, inclusive, Marco Aurélio, disse que não é possível investir em todas as modalidades, que cada município define uma e procura desenvolvê-la, muitas vezes transformando-a numa vocação.
Alex Lenz Stragliotto, disse que o projeto Pró-Vôlei Ijuí tem um planejamento e que esse estágio de hoje, de reconhecimento por parte das entidades como a CBV e da Federação, estava previsto para o quarto ano. “As coisas estão acontecendo da forma como foram planejadas. Nesse momento estava prevista essa percepção da confederação e da federação para o que se está fazendo aqui e do que se tornaria o projeto”, disse.
Segundo ele, mesmo num estágio de iniciação ainda, o projeto está num processo está em ascensão, principalmente, na categoria de base. Mas, na sua proposta social, está consolidado, embora necessite de aprimoramento. “O Pró-Vôlei está assistindo a essas crianças, com uma boa aceitação. A categoria de base é um processo que exige mais estruturação, recursos humanos”, disse. Hoje, o Pró-Vôlei Ijuí acolhe 1.400 estudantes-atletas, nos seus dois núcleos, um de formação e outro de iniciação.
Assessoria de Imprensa PDT Ijuí
Publicação: 18/07/2013